Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas.
O diabo é às brutas; mas Deus é traiçoeiro!
A colheita é comum, mas o capinar é sozinho.
O que lembro, tenho.
Quem muito se evita, se convive.
Julgamento é sempre defeituoso, porque o que a gente julga é o passado.
Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende.
Toda saudade é uma espécie de velhice.
Mocidade é tarefa para mais tarde se desmentir.
Sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias. Deus mesmo, quando vier, que venha armado!
O sertão é do tamanho do mundo.
Sertão é dentro da gente.
O sertão é sem lugar.
O sertão não tem janelas, nem portas. E a regra é assim: ou o senhor bendito governa o sertão, ou o sertão maldito vos governa.
O sertão não chama ninguém às claras; mais, porém, se esconde e acena.
O sertão é uma espera enorme
Viver - não é? - é muito perigoso. Porque ainda não se sabe. Porque aprender-a-viver é que é o viver mesmo.
Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães...
Um sentir é do sentente, mas outro é do sentidor.
Tudo é e não é.
João Guimarães Rosa
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
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